20 de junho de 2011

O sono da alma.



Calma, passarinho. Fica quietinho, canta baixinho hoje.
É que hoje ela precisou ficar mais tempo que de costume na cama. Hoje todo o cansaço da vida se abateu. Ela não quer levantar-se com esses olhos tristes, exauridos.
Hoje ela precisa ficar embaixo das cobertas. Longe do burburinho alheio, da euforia alheia, do reclame insistente e constante.
Hoje ela quer silenciar para tentar ouvir o que diz seu vizinho. Esse que ultimante tem andado descompassado, acelerado.
Hoje ela quer acalmar isso tudo que tem dentro dela, quer tentar organizar as coisas. Tem coisa de mais, espaço de menos.
Hoje o dia começa mais tarde, passarinho. Hoje ela não quer ter com ninguém, nem mesmo com você.
Mas, isso passa, viu? Sempre passa. E ela, minha alma, hoje, só precisa de silêncio, passarinho. Ou do seu canto baixinho.

16 de junho de 2011

Confissão.

Fecho os olhos pra te ouvir melhor. Porque teu olhar tem mais força que meu peito.

7 de junho de 2011

Dois anos depois..



Eu gosto dessa que eu sou hoje.
Dessa fortaleza sensível e feminina que me tornei.
Dessa que chora todas as dores acumuladas de seis em seis meses. Dessa que você já sabe consolar.
Dessa que sabe dividir o tempo no dia que precisava de pelo menos 48 horas pra caber. Mas que dorme satisfeita do teu lado e acorda feliz com seus bracinhos me enlaçando.
Eu gosto dessa mulher que não tem medo de correr atrás, de batalhar e que hoje só quer fazer o melhor para você, por você.
Eu gosto dessa nossa vida. Onde cabe de tudo. Onde predominam o amor, o aprendizado e a esperança.
E já são quase dois anos. Dois anos que valeram por uma vida inteira, filho.

6 de junho de 2011

Das palavras que me contam e que nem são minhas.



A verdade é que sou intensa demais e não há quem dê jeito nisso.
Sofro dores que nem são minhas.
Vibro com alegrias que não me pertencem.
O bom de tudo é que, toda noite antes de dormir, eu rezo.
E sempre sorrio... mesmo quando estou triste.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop,
e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites quando nada temos para brindar.
Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.


Martha Medeiros