31 de março de 2011



Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...


Oswaldo Montenegro.

E assim me sinto. Dividida ao meio. Abrigando esse amor que não me deixa mais. E ao mesmo tempo sentindo todo o cansaço de saber que para recomeçar precisamos destruir tudo o que a maldade arquitetou tão sutilmente.

30 de março de 2011

Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou (.... Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia (...). Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser à toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar."

28 de março de 2011

Mais uma de amor...



Um dia assim, sem mais, meus olhos mergulharam nos teus e teu sorriso me pôs umas algemas, unindo nossas mãos (pra sempre?).
Logo nas primeiras noites, diante do meu olhar atônito você jogou a chave fora e me jurou que não mais precisaríamos delas.
Pois bem. Contrariando todos os antecedentes, eu acreditei piamente nesse amor que exalava pelos poros, dia após dia.
Foi então que, de repente, o sol se escondeu atrás de nuvens negras que nunca mais nos deixaram ver o céu claro ou sentir a paz de um dia de sol.
Mas hoje, sabendo (mesmo sem entender) que a possibilidade que viver de novo aquele amor tranquilo e doce de outrora não mais existe, eu sinto que posso vislumbrar a intensidade de tudo. A beleza de tudo.
Não, não vou lamentar. Vou guardar assim, belas e felizes, as lembranças todas de um amor de verdade que como tal teve seu início, meio e fim.

Saudade
é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas a amada já...
Saudade
é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade
é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade
é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo
deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudade,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.


Pablo Neruda

21 de março de 2011



Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos
Não quero ser... sem que me olhes
Abro mão da primavera para que continues me olhando

Pablo Neruda

3 de março de 2011