29 de abril de 2011



Dor branca, querendo primeiro compreender, antes de doer abolerada, a dor. Doeria mais tarde, quem sabe, de maneira insensata e ilusória como doem as perdas para sempre perdidas, e portanto irremediáveis, transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos. Que talvez, pensava agora, nem tivessem sido tão paradisíacos assim...
De onde vem essa iluminação que chamam de amor, e logo depois se contorce, se enleia, se turva toda e ofusca e apaga e acende feito um fio de contato defeituoso, sem nunca voltar àquela primeira iluminação?


Caio Fernando Abreu (vulgarmente adaptado)
O tempo passa pela minha janela.
Ele passa de bicicleta, olhos fixos no horizonte.
Ignora que o comtemplo.
Percebo que leva em sua bagagem muitas lembranças, juventudes e amores.
O tempo não pára para que eu pergunte se ele vai satisfeito. Ele segue.
Nesse momento peço, em prece, que ele não me leve o que for bonito.
E sem que ele perceba jogo algumas dores na sua garupa.
E o tempo se vai.

Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Ele adormece as paixões, eu desperto

27 de abril de 2011



É que tem hora que parece que alguma coisa aqui dentro se desprende. E aí, de repente, é como se a conexão com o mundo fosse interrompida.
Não sei. Algumas coisas, parecem, se perdem no tempo e não mais as encontramos. Ou simplesmente demoram...
É como se eu estivesse distante de mim mesma. Procurando-me.
Já me acostumei com muitas coisas, mas manhãs melancólicas sempre me confundem.

26 de abril de 2011


Desejo, sonho e medo,
o amor é salto sem rede
entre a razão e a magia.
(E só assim vale a pena.)


Lya Luft

25 de abril de 2011



Tem sempre uma hora em que a vida pede calma. Pede pra que a gente desacelere, silencie e pense, pense baixinho, pense sem pressa, pense sozinho.

Tem sempre uma hora em que a gente precisa se reencontrar com nossa própria essência, ouvir com atenção nossos desejos, nossos sentimentos.

Refletir o caminho, repensar o rumo, e se for preciso, redefinir os ideais.

Tem sempre uma hora em que basta a companhia de umas poucas almas afins, numa tarde tranquila, numa conversa despretensiosa para que tudo retome seu equilíbrio natural.

Tem sempre uma hora em que a gente precisa de calma. E de mais nada.

20 de abril de 2011


Às vezes, parece, o mundo (todo) cabe na palma da minha mão...!


A prova de que estou recuperando a saúde mental, é que estou a cada minuto mais permissiva: eu me permito mais liberdade e mais experiências. E aceito o acaso. Anseio pelo que ainda não experimentei. Maior espaço psíquico. Estou felizmente mais doida.

Clarice Lispector

19 de abril de 2011

Dom de iludir

Não me venha falar na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é

Não me olhe como se a polícia andasse atrás de mim!
Cale a boca e não cale na boca notícia ruim

Você sabe explicar, você sabe entender, tudo bem
Você está, você é, você faz, você quer, você tem

Você diz a verdade e a verdade é o seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir?


Ah, Caetano, só você. Só você...

12 de abril de 2011

Se é gostoso, por quê não?
Se é bem bom pro coração...

8 de abril de 2011



Não tenho vergonha de mudar de opinião. Todos os dias aprendo, sinto coisas novas, diferentes. Como não mudar?
Acredito em tudo o que eu faço. Acho isso fundamental! Fora os delírios que me acometem em se tratando dos meus sentimentos, custumo agir de acordo com minha consciência e isso (quase) nunca falha.
Mergulho de cabeça nas minhas questões e mesmo não sendo o ser mais persistente do globo, eu ainda vou até o fim quando algo me toca. É que nem tudo toca...
Às vezes só preciso sentar em silêncio e olhar para trás, isso me faz respirar aliviada e me dá fôlego para seguir adiante. Nosso passado pode trazer muitas respostas e sempre merece respeito.
Gosto mesmo é de ser feliz e de irradiar isso, contaminar tudo ao redor.
Os momentos de crise gosto de passar sozinha, no máximo com um par de ouvidos a mais pra descarregar.
Acredito piamente que recebemos o que emanamos! E que os tombos servem para ficarmos mais fortes, para ensinar. Não para nos tornar mártires! (Se bem que conheço muita gente que acha que deve ser canonizada por plantar sacanagem e colher mais dela!)
Estou satisfeita com meu presente. Isso basta hoje.

O que é ser livre?
É não termos vergonha de sermos quem somos.


Nietzsche

4 de abril de 2011

F...



Agora sou eu e eu.
Minha fase, meu momento, meus próprios desejos e sentimentos. E dane-se todo o resto. Todo o resto que não estiver em harmonia com isso.
Todo o resto que não tem essência, que não tem conteúdo.
Que se veste de rompantes e não se importa com seu próprio amanhã.
Que desequilibra a si mesmo e à tudo que o rodeia.
Danem-se as pencas de bocas sem coração e sem cérebro.
E danem-se as opiniões sem personalidade e as inocências burras!
Dane-se esse mundinho que se encerra em seus muros imaginários, tão hipócritas.
Agora ao meu lado só quero o que for de VERDADE.
Agora somos só eu e essa minha outra fase...