27 de janeiro de 2011



Apesar de ter conseguido estabelecer uma rotina "saudável", os sentires continuam à mil. A mente silencia, mas não paro de ouvir as batidas desvairadas que vêm do peito.
Não, eu não queria mudar isso. Talvez amenizar, quem sabe...
Continuo na condição de aprendiz. Eterna.
Reprovo incontáveis vezes, mas não desisto. Isso não. As lições são duras, e eu que tinha desaprendido a chorar...
Fazer o quê? Uma hora em baixo do chuveiro faz milagres!
Meu equilíbrio não é o mesmo. Com facilidade sinto que ele escapa por entre os dedos e por mais que eu faça, ele custa a voltar.
As manhãs ensolaradas não me tocam como antes, as luas não me fascinam tanto. Não sei...
Algo aqui dentro adormeceu. Estou à deriva esperando a sede de viver despertar, de um sono profundo.

4 de janeiro de 2011



A flor veste a armadura de gladiador e sem mais sai pra guerra.
Não fosse o medo de ver mais uma de suas preciosas pétalas dilaceradas sem piedade, ela sairia de peito aberto.
Mas a maldade tem seus ardis e feito serpente silenciosa penetra a armadura para feri-la de morte.


A flor também é ferida aberta e não se vê chorar.

Chico Buarque