27 de outubro de 2010



Não retenho o pensamento na atual conjuntura do mundo ao redor.
Aliás, nunca retive. Mantive sempre o foco na órbita de meu coração.
Daí, um dia vida me fez olhar para fora de repente e me deparar com fraldas, mamadeiras, noites insones, banhos mornos, eteceteras e tais.
Passada a primeira sensação de desbravadora dos mistérios maternos, eu volto o foco para o que vibra aqui dentro.
Mas, hoje eu giro nesse movimento em harmonia com as eteceteras e tais, eu finco os pés no chão nas noites febris e vôo longe nas noites ardentes.
Eu ando na corda bamba equilibrando o coração de mãe e o de mulher. Que no fim se fundem e fazem de mim o ser mais pleno do mundo. Ao menos do meu.. !

26 de outubro de 2010

Tempo, tempo mano velho..



Ah, como é bom viver no hoje sem clausuras e sem fantasmas.
Sem anseios e até mesmo sem planos.
Meu hoje me basta e me satisfaz.
Quanto ao amanhã... ah, deixa ser.

22 de outubro de 2010



Ela tinha perfeita ciência da escolha que havia feito. E sabia que apesar do que diziam, podia sim voltar atrás, se quisesse. Quem diria que não?
Olhava ao redor e vislumbrava as sombras das aventuras passadas. Sem saudade, mas com reverência por saber que era dali que vinha grande parte da força onipresente.
Já não precisava tentar devassar o futuro, sabia exatamente que a imprevisibilidade era hoje sua mola propulssora.
Desmbrulhando o presente com ares de criança esperançosa, ela quase não podia conter a alegria de entender o conteúdo e seu significado.

21 de outubro de 2010



Ao ar livre pode-se sentir que toda a paz desse fim de dia é bem merecida;
Ao ar livre os risos ficam mais espontâneos e verdadeiros;
Ao ar livre o céu fica pertinho e a lua é cúmplice dos bons sentimentos;
Ao ar livre podemos dizer uma verdade que é coletiva;
Ao ar livre tudo flui mais fácil e simplesmente;
Ao ar livre nosso compartilhar não é desonesto, nem ofensivo;
Ao ar livre ser livre é justo.

19 de outubro de 2010



Nessa fartura de amores e de bons sentimentos eu encontro um descanso do que foi e que parecia não querer passar.
Hoje confesso que fica mais fácil, já que sei dar alguns passos sem os temores de outrora.
As marcas que ficaram servem apenas para lembrar que eu aprendi.
O que se sobressai hoje é a capacidade de amar inteiramente. Amar os momentos, os sorrisos, os saltos e até mesmo os tombos.

14 de outubro de 2010

"O que te ofereço é mar e tormenta,
ressaca e ventania,
pedras,
bancos de areia,
icebergs
e recifes de coral

O que ofereço não tem descanso,
não tem repouso ou remanso,
nem garantia de felicidade no final

O que te ofereço pode doer,
corromper, modificar,
fazer sofrer
faltar seu ar

Te jogar pro alto
te confundir
e enlouquecer
e te ferir
te dizer sim
e te fazer não

O que te ofereço não é seguro
dá medo, altera o pulso,
mas prometo passar junto,
passar tudo,
sem soltar a tua mão."

MVSMOTTA

6 de outubro de 2010



É preciso ter asas quando se ama o abismo.

Nietzsche