25 de fevereiro de 2011



O sentir me escorre entre os dedos. Eu até tento segurá-lo aqui dentro, impedir que ele salte pelos olhos ou que exale pelos poros. Mas não. Ele é maior. Já até ouvi falar de meio termo, equilíbrio, sensatez. Mas só de longe, só de ouvir falar mesmo. Eu sou a paixão que queima tudo ao redor, a dor que faz doer o mundo inteiro junto, o riso que invade sem pedir licença, o medo que paralisa o trânsito, a felicidade que causa tsunâmes.
Eu acredito em tudo o que me dizem, se o fazem olhando nos meus olhos. Sofro horrores quando descubro que muitos mentem olhando nos olhos. Eu nunca acho que ninguém vai me enganar, ou roubar. Eu não vejo por que fazer isso...
Eu sou um tanto ingênua, mas também não sou inocente.
Aliás, eu sou culpada. Culpada pela maioria das rasteiras que levo, pelas dores de amor acumuladas, pelas lágrimas vãs.
Mas eu tenho orgulho de saber segurar firme no leme do meu barco quando ele começa a se dirigir para onde eu sei que não quero chegar, de saber dizer um não dolorido, vez ou outra, mas que sei que vai se transformar em paz no futuro. Orgulho de saber que eu gosto é de ser feliz, de só emanar pensamento positivo e perceber que isso transforma tudo ao redor, de cativar amigos sem esforço ou suborno e ser sempre surpreendida por afetos inesperados, bonitos. Orgulho de ser a Leila minha de cada dia e orgulho de ser eu mesma, independente do que achem ou queiram.
Então é com um orgulho gigante que eu celebro 25 anos de uma vida intensa e muito, muito bem vivida!

22 de fevereiro de 2011



Hoje eu não quero falar sobre o quanto o mundo está doente. Sobre como está difícil a gente viver. Sobre as milhares de coisas que causam câncer. Sobre as previsões de catástrofes que vão dizimar a humanidade. Sobre o quanto o ser humano pode ser também perverso, corrupto, tirano e outras feiúras. Sobre os detalhes das ações violentas noticiadas nos jornais. Não quero o blablablá encharcado de negatividade que grande parte das vezes não faz outra coisa além de nos encher de mais medo. Não quero falar sobre a hipocrisia que prevalece, sob vários disfarces, em tantos lugares. Hoje, não. Hoje, não dá. Não me interessam o disse-que-disse, os julgamentos, a investigação psicológica da vida alheia, os achismos sobre as motivações que fazem as pessoas agirem assim ou assado, o dedo na ferida. (...)
Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. Um amigo para se conversar com o coração.


Ana Jácomo

17 de fevereiro de 2011



Vontade insana de sentar diante das nossas paisagens queridas e filosofar o que vai n'alma. Cadê você que me sente?

Mais tarde eu saberia que certas experiências se partilham - até mesmo sem palavras – só com gente da mesma raça.
O que não significa nem cor, nem formato de olho, nem tipo de cabelo, mas o indefinível parentesco da alma.


Lya Luft

8 de fevereiro de 2011



É com a fé intacta que eu sigo. Com o sorriso jazz de novo povoando a face e de mãos dadas com a alegria de, enfim, poder seguir, eu vou. Acompanhada dos melhores abraços do mundo, eu vou. Tão leve que poderia voar... E dessa vez eu não volto, não!


Não é raro, tropeço e caio. Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho.
Claro que dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé.


Ana Jácomo